Conheça a MarIA: robô que cuida da vida pessoal e profissional

Brasília, 7 de março de 2025

Imagine receber o lembrete: "Escolha a fantasia de Haloween do seu filho. Festa na escola será sexta-feira. Selecionei abaixo quatro opções". Você escolhe e a Maria, que traduziu o e-mail da escola alemã e o transformou em mensagem de WhatsApp, realiza a compra, que chegará a tempo na sua casa. Maria acompanhará o acesso das crianças no YouTube e te mandará mensagens a cada clique suspeito. Também é a Maria que vai contabilizar qual entre os produtos que você vende é o mais bem avaliado pelos clientes nas reuniões e sugerirá estratégias de investimentos.

MarIA é o robô criado por Karen Salim, engenheira eletricista brasileira baseada em Paris, especialista em inteligência artificial. Formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pesquisa a área desde 2006, quando seu orientador propôs diversas metodologias existentes mas que ainda não eram muito divulgadas. "Antes da OpenAI, inteligência artificial era um tabu. O ChatGPT fez um favor imenso, pois educou a população do que a IA era capaz de fazer. Hoje as pessoas não têm resistência, têm curiosidade", comenta Karen, que é doutora pela Universidade de São Paulo (USP).

Na Coordenação dos Programas de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ, onde deu aulas, Karen trabalhava com sistemas de potência, e já usava programação - vocação que a levaria no futuro próximo para a IA. Matemática e programação são, segundo ela, duas habilidades necessárias para realizar uma criação em IA, além das específicas a depender do objetivo e das características do robô.

Karen explicou que existem cinco níveis de consciência em inteligências artificiais. Sua empresa, MSolutions, comercializa robôs de níveis 2 e 3. A MarIA é nível 4 em consciência, mas ainda não está à venda. Seus projetos atendem tanto à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) brasileira quanto à  General Data Protection Regulation, da União Europeia. "Bolamos uma infraestrutura na nossa empresa que é como uma caixa em que colocamos a piscina de dados do cliente, criptografamos, e dá uma segurança maior. É custoso, é caro, não é toda empresa que faz isso. Os dados dos nossos clientes não se misturam com dados de treinamentos mundiais".

A engenheira enxerga a inteligência artificial como um marco tal como foi a internet. "As pessoas tinham receio e curiosidade e de repente todos usavam. Acho que em pouco tempo a IA vai estar integrada 100% no nosso dia a dia. Todos os sistemas que a gente não vê já estão usando IA. Os sistemas vão ficar mais autônomos. As pessoas vão dar pequenas tomadas de decisão para a IA. Temos de nos preocupar um pouco com ética e segurança do uso, com golpes de voz, por exemplo. Mas, em um curto prazo, não vai ser nada como ficção científica".

Karen disponibiliza conteúdos sobre inteligência artificial em um hub na AppStore, voltado para quem quer desenvolver expertise na área, conectar-se com profissionais do setor, ou simplesmente estar à frente. Na plataforma há pequenos cursos e dicas do dia a dia. Acesse o KMS Hub

Beatriz Leal Craveiro
Equipe de Comunicação do Confea
Fotos: divulgação/acervo pessoal